terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Japão

O Japão (em japonês 日本国 (Nippon koku, Nihon koku), Nippon ou Nihon, literalmente "origem do sol" ou "terra do sol nascente") é um país insular do Extremo Oriente, formado por um arquipélago situado ao largo da costa nordeste da Ásia. Sua capital é a cidade de Tóquio.
O país é formado por quatro grandes ilhas, Honshu, Shikoku, Kyushu e Hokkaido, e seu arquipélago é formado por mais de três mil ilhas localizadas entre o mar de Okhotsk a norte, o Oceano Pacífico a leste e a sul e o Mar da China Oriental e o mar do Japão a oeste. Através do mar do Japão e do Mar de Okhotsk, contacta com a Rússia, o Estreito da Coreia, a sudoeste, fornece ligação à Coreia do Sul, e na extremidade sul das ilhas Riukyu (Okinawa) aproxima-se de ilha de Taiwan. A maior parte das ilhas é montanhosa, com muitos vulcões. O Monte Fuji, montanha mais alta do Japão, por exemplo, é um vulcão.
Seu povoamento remonta ao Paleolítico, quando grupos humanos chegaram vindos do

continente. A influência de outros povos seguidos por períodos de isolamento caracteriza a história do Japão o que tornou sua cultura uma mistura de influências externas e criações autóctones. Desde a promulgação de sua Constituição em 1947 o Japão manteve uma monarquia constitucional com um imperador e um parlamento eleito, a Dieta.
Com uma população de pouco mais de 127 milhões de pessoas, o Japão é o décimo país mais populoso do mundo. A Região Metropolitana de Tóquio, que inclui Tóquio (a capital do país) e várias cidades vizinhas, é a maior concentração urbana do mundo com cerca de 30 milhões de habitantes. O país tem a segunda maior economia do mundo por PIB nominal, é o quarto maior exportador mundial e sexto maior importador. É membro das Nações Unidas e de vários grupos internacionais como o G8, G4 e APEC, com o quarto maior orçamento de defesa.

História

A ocupação do Japão por grupos humanos teve início entre 10 a 28 mil anos atrás em um período pré-cerâmico, quando povos caçadores-coletores chegaram às ilhas vindos do continente através de istmos. A primeira cultura cerâmica e civilização a se desenvolver no Japão foi a Jomon[3][4] que não desenvolveu a agricultura ou a criação de animais. Entre 250 a.C.e 250, a cultura Yayoi a substituiu vinda de Kyushu trazendo o cultivo do arroz,[5] as ferramentas de metal e a confecção de roupas.[6]
O país foi unificado pela primeira vez no século IV pelo clã Yamato [4] e logo empreendeu a conquista da península da Coréia no final do século. Nos séculos seguintes a competição por cargos no governo enfraqueceu gradativamente o domínio sobre a Coréia até o século VI. Em 552, o budismo foi introduzido no país trazido da Coréia servindo como arma política contra o crescente poder dos sacerdotes.[3] Após a morte do imperador Shotoku em 622 e um período de guerras civis, o imperador Kotoku deu início a reforma Taika que criaria um Estado com poderes concentrados nas mãos do Imperador rodeado por uma burocracia à semelhança da Dinastia Tang na China. Em 710, a capital japonesa foi transferida de Asuka para Nara, réplica da capital chinesa, dando inicío a um novo período da história japonesa no qual a cultura e a tecnologia chinesa tiveram maior influência e o budismo difundiu-se com a criação de templos por parte do imperador nas principais prefeituras.[7]
Mais tarde a capital seria novamente transferida para Heian-kio, a moderna Quioto, e se daria o rompimento entre o imperador Kammu e os monges budistas. A partir daí se estabeleceria a escrita japonesa e uma nova literatura. É nesse período de paz que surge a classe dos samurais como guarda da corte.[3][4] Contudo as disputas surgidas entre os clãs guerreiros Taira e Minamoto levaram à nova guerra civil que só teve fim em 1185 com a ascensão de Minamoto no Yoritomo. Este estabeleceria o governo do xogunato em Kamakura enquanto em Quioto a corte era mantida de forma simbólica. Novo período de paz e enriquecimento cultural e material se estabeleceu até uma nova tentativa mal sucedida de restauração da autoridade imperial feita pelo Imperador Go-Daigo.
O surgimento dos daimyo de base local, enfraqueceu o xogunato e esse enfraquecimento levou a Guerra Onin entre 1467 e 1477 entre os Kosokawa e os Yamana que deu fim ao xogunato. Sem uma autoridade central, os daimyos, agora com autoridade absoluta em seus domínios, deram início a um período de guerras que só terminaria entre 1550 e 1560 com a conquista dos demais domínios por Oda Nobunaga.[3] Foi durante o século XVI que comerciantes e missionários portugueses chegaram ao Japão pela primeira vez, dando início a um intenso período de trocas culturais e comerciais.
No Japão, os portugueses praticaram o comércio e a evangelização. Os comerciantes portugueses tiveram principalmente o papel de intermediários entre a China e o Japão mas tiveram também outros contributos como seja a introdução das armas de fogo no arquipélago. Por outro lado, os Missionários, principalmente os Padres da Companhia de Jesus, levaram a cabo um intenso trabalho de missionação e em cerca de 100 anos de presença Portuguesa no Japão a comunidade Cristã no país chegou a ascender a cerca de um milhão de Católicos.
Toyotomi Hideyoshi deu continuidade ao governo de Nobunaga e unificou o país em 1590. Depois da morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu como regente aproveitou-se de sua posição para ganhar apoio político e militar. Quando a oposição deu início a uma guerra, ele a venceu em 1603 na Batalha de Sekigahara. Tokugawa fundou um novo xogunato com capital em Edo e expulsou os Portugueses e restantes estrangeiros, dando início à perseguição dos Católicos no país, tidos como subversivos, com uma política conhecida como sakoku. A perseguição aos Cristãos Japoneses fez parte desta política, levando esta comunidade à conversão forçada ou mesmo à morte, como é o caso dos 26 Mártires do Japão.
Esta política deixou o país isolado por 250 anos até a chegada de navios estrangeiros com Matthew Calbraith Perry em 31 de Março de 1854 exigindo a abertura do país ao comércio revelar a fraqueza interna do xogunato. A Guerra Boshin reestabeleceu o poder do imperador com Meiji do Japão em 1868, quando teve início um período de desenvolvimento econômico e de expansionismo ao qual se seguiram as vitórias nas guerras sino-japonesa (1894-1895) e russo-japonesa (1904-1905) e a conquista da Coréia e das ilhas de Taiwan e de Sacalina, mantendo o interesse do país sobre a Manchúria.[8]

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